sábado, 28 de agosto de 2010

Começando bem


Depois de um início de semestre a muitos megabites por segundo, estudando a linguagem das mídias digitais no Mariantonia, e mais duas semanas de conversas literárias e de encantamento com os e-books, na Bienal do livro, nada como uma boa história para nos levar a outra dimensão, onde a lógica da vida funciona como num jogo de videogame e é permeada de fantasia, livros, mitologia e realidade virtual.

Luka e o fogo da vida (Companhia das Letrinhas, 2010) é o primeiro livro infanto-juvenil do indiano Salman Rushdie. Conta a história de Luka, um menino indiano de 12 anos, filho de um grande contador de histórias. Luka e seus familiares possuem poderes mágicos, mas ele ainda é muito novo e não sabe como usar muito bem esses poderes. Um dia, ao perceber que o dono de um circo maltrata seus animais, o menino deseja que o circo seja destruído, e seu pedido é realizado, como num passe de mágica. Com isso, Luka ganha dois amigos e fiéis companheiros: Urso, um cão que canta muito bem, e Cão, um Urso que dança como ninguém.

O dono do circo, para se vingar, joga um feitiço sobre o pai de Luka, que começa a dormir profundamente, como se tivesse morrido. E é aí que a aventura começa de verdade...

Para salvar o pai, nosso herói e seus dois amigos entram num mundo mágico que se assemelha a um jogo de videogame. Em cada objeto em que tocam, surgem vidas, que eles vão somando, como nos jogos eletrônicos que conhecemos, para usar durante o percurso. Cada etapa (ou seria fase?) da passagem de Luka apresenta personagens de livros conhecidos, da mitologia grega e outros.

Ao acompanhar o percurso de Luka, nós, leitores, somos lembrados de histórias que ouvimos desde pequenos, resolvemos enigmas, falamos com seres mágicos e lembramos do poder que tem uma boa história, seja em livro, narrada por um contador de histórias ou jogada no videogame. Somos levados, quase sem perceber, a entrar nessa aventura junto com Luka, atravessar o Rio do Tempo, subir a Montanha do Conhecimento e roubar o Fogo da Vida para acordar seu pai. Se alguém gostou de rever o bom e velho Atari nas últimas aulas ou gosta de uma boa história, vai se encantar.

Boa leitura!

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